Entre o som das clarinetas e o eco das fajãs, a banda micaelense viveu dias de partilha, descoberta e valorização da identidade açoriana.

Entre os dias 3 e 7 de julho, a Filarmónica Estrela do Oriente, da ilha de São Miguel, embarcou numa memorável viagem à ilha de São Jorge, onde a música se tornou ponto de encontro entre comunidades, tradições e emoções. Inserida na 36.ª Semana Cultural das Velas, esta deslocação foi marcada por momentos de intensa camaradagem, partilha artística e valorização do património cultural açoriano.

A chegada à vila das Velas, logo no primeiro dia, foi recebida com entusiasmo e hospitalidade. Após a instalação, a Filarmónica Estrela do Oriente, apresentou cumprimentos à Filarmónica Lusitânia Liberdade e à Câmara Municipal de Velas, dando início a uma jornada de intercâmbio musical e humano. O desfile de bandas e o concerto integrado no evento cultural Jorgense encheram a praça de aplausos, refletindo o apreço do público pela sonoridade vibrante e pela presença contagiante dos músicos Nordestenses.

O segundo dia foi dedicado à descoberta do território e das suas gentes. Num passeio promovido pela Câmara Municipal do Nordeste, os músicos visitaram vários pontos de interesse turístico, incluindo a fábrica de queijo da União de Cooperativas Agrícolas de Lacticínios de São Jorge, seguindo-se um almoço-convívio no restaurante Sabores Sopranos,  onde se celebraram os laços de amizade que unem as ilhas.  Da parte da Tarde, visitamos o Museu Francisco Lacerda, onde pudemos apreciar a doação de um saxofone tenor pela Filarmónica Estrela do Oriente ao museu marcou um gesto de união cultural e respeito pela história musical açoriana. .

O terceiro dia foi pautado pela confraternização com a Filarmónica Lusitânia Liberdade, num encontro que reforçou o espírito associativo e a partilha entre músicos que falam a mesma língua: a da música. À noite, a Estrela do Oriente participou no desfile de marchas populares, acompanhando grupos das ilhas Terceira e Faial, numa celebração animada e calorosamente recebida pelo público Jorgense.

O quarto dia trouxe momentos de pausa e contemplação. Os elementos da comitiva aproveitaram o tempo livre para explorar a vila das Velas e aventurar-se pelo trilho até à Fajã de Santo Cristo, cenário de beleza natural ímpar, onde o som do mar se mistura com o silêncio inspirador das montanhas. Foi um dia de comunhão com a natureza e de fortalecimento dos laços entre os músicos.

A viagem terminou no dia 7, com o regresso à ilha de São Miguel. Entre malas e instrumentos, a comitiva trazia consigo memórias inesquecíveis de uma experiência que foi muito mais do que uma atuação: foi uma celebração da amizade, da cultura e da alma açoriana. A Filarmónica Estrela do Oriente regressou com o orgulho de quem representa dignamente a sua terra — e com a certeza de que a música continua a ser o mais belo elo entre as ilhas do nosso arquipélago.